
21 de novembro de 2010 - domingo, às 19 horas
Local: Centro de Cultura Adonias Filho
Uma colagem de textos de poetas grapiunas, resultando em um texto dramático centrado em algumas cenas dos romances de Jorge Amado: Terras do sem Fim e Tocaia Grande.
Alvorada Grapiuna nos remete ao “renegado começo”, ao inicio da nossa formação histórica e cultural. O texto focaliza o inicio das lutas entre Badarós e Oliveiras pela posse das matas de Sequeiro Grande, “as melhores terras para o plantio do cacau”. A partir daí, o enfoque é dirigido à ação dos pioneiros para se estabelecerem na terra dos frutos de ouro. Somos levados à fundação de Ferradas, o sítio das árvores ferradas, a vida neste “então”, a resistência do homem ao meio agreste e adverso, inclusive resistência a ação do homem contra a própria homem, visando a conquista de riquezas e poder que só o dinheiro é capaz de dar. O trabalho atinge seu clímax, com a terrível profecia de Pai Jeremias a respeito da Região.
Escrito em 1945, no auge da expansão cacaueira, quando os coronéis acendiam seus cigarros com notas de 500 contos. Jorge Amado profetiza o destino dos frutos de ouro: “chegará um dia, em que os frutos de ouro vão apodrecer debaixo da terra e não servirá para mais nada senão para o fogo queimar eles. Nestes dias também todos os rios vão secar e a terra vai parar de produzir riquezas”, diz o artista pela boca de Pai Jeremias, numa prova de que a arte transcende o próprio tempo e que o artista tem o inconteste dom oracular.
Alvorada Grapiuna ressalta ainda, “o trabalho dos heróis anônimos que construíram essa terra no peito e na raça” como disse o poeta. Trabalhadores rurais, pescadores, areeiros pedreiros, carpinteiros e tantos outros, os nossos heróis ignorados, o nosso POVO, que em verdade é o construtor da grandeza de uma Nação. Do seu trabalho, de seus esforços, de sua luta cotidiana deve-se a sobrevivência de uma cultura, apesar das pragas, da fúria da própria natureza agredida e da insensatez do próprio homem. Alvorada Grapiuna é a afirmação da grandeza de nosso povo, do povo grapiuna que durante estes cem anos, vem tecendo fio a fio a nossa história para preservar e reafirmar a identidade cultural e a grandeza de uma nação.
FICHA TÉCNICA
Texto (Colagem) - Yara Lima -
Direção: Lucas Oliveira e Silvia Smith
Direção Musical e Sonoplastia: Valmário Bernardes
Canto – Gilda Maria
Iluminação - Marlucy Lima
Adereços - Marquinho Nô
Costureira - Dulce
Cenário - Silvia Smith e Lucas Oliveira
Figurinos - Macioney Andrade
ELENCO
Aldenor Garcia - coro, cego Damião, pai das putas e cortejo
Anne Silva - cortejo, coro, lavadeira, Dona Teresa e puta
Beatriz Moura - cortejo, coro, lavadeira, árvore e puta
Enderson Santos - cortejo, árvore, pescador e trabalhador rural
Fátima Farias - lavadeira, árvore, puta, cortejo e coro
Gabriela Sampaio - coro, árvore, lavadeira, cortejo e puta
Hans Miller - cortejo, coro, pescador, trabalhador rural, árvore e Coronel Srº Juca
Junior Fontes - cortejo, coro, árvore, pescador, trabalhador rural, padre e Coronel Srº Natário
Jailton Oliveira - coro, pai Jeremias e Cobra Grande
Murilo Sousa - capanga, pescador, coro, cortejo e trabalhador rural
Macioney Andrade - participação especial
Neide Oliveira - lavadeira, árvore, puta e cortejo
Veronice Santos - árvore, cortejo, coro e mulher velada
Valmário Bernardes - pescador, coro e a parte musical
muito obrigado mais uma vez...
ResponderExcluiraloha
muita "merda" pra vocês...
abraços
axé
esperos vocês no teatro!
"Merda" também aos atuantes diretos e indiretos da ALVORADA GRAPIUNA.
ResponderExcluirSalve a iniciativa artistica grapiuna.