domingo, 8 de agosto de 2010

A FAMILIARIZAÇÃO DO CRACK


O craque é da família agora. Mas não é o craque com essa grafia, que remete ao jovem bom de bola, que se destaca nos campos de terra batida do nosso país, que revela grandes astros do futebol, estamos falando do crack, a droga. O alucinógeno transformador de pessoas em verdadeiros zumbis, a palavra e o produto internacional que a cada dia que passa aumenta a fileira de mendigos e criminosos no nosso país.


Atualmente ela se estabelece como fonte de renda para as famílias, a cada dia que passa mais e mais apreensões da droga revela que as bocas de fumo são casas de famílias, pais e mães, que atrelados a política assistencialista do nosso governo se vicia na busca por dinheiro fácil e sem esforço. Nesse contexto, pais que já são geralmente alcoólatras se viciam, em seguida as mães e por final as crianças que nada fazem a não ser seguir o exemplo dos pais, vindo a se tornar dependentes e aumentando cada dia mais as hordas de mortos vivos com sacos nas costas que perambulam na madrugada.


Que fazer? Aumentar o assistencialismo? Gerar mais empregos? Punir os infratores com os rigores da lei? Investir com seriedade na educação? O desenvolvimento não deve ser um movimento incoerente, inconsequente, negligente, sem se preocupar com o mais importante disso tudo: o ser humano. Devemos caminhar olhando sempre para frente, mas não podemos deixar a dignidade das pessoas para trás, abraçada a um passado esquecido.

3 comentários:

  1. Soube, quando fazia parte do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de nossa cidade, que proibiram os cursos profissionalizantes para jovens, e sabemos que "menor de idade" não pode trabalhar. Os jovens e adolescentes ficam, em nosso país, cerca de 4 horas apenas nas escolas, isso quando ficam e quando vão a escola. Nossa cidade não oferece opções de lazer muito menos esportivas, embora tenhamos espaço para isso. Então, o que resta ao jovem grapiuna de baixa renda? Optar pelo mais fácil, pelo que dá resultados imediatos. POr isso tantas famílias perdem seus filhos para o crack e outras drogas,isso quando a família inteira já não está envolvida com a criminalidade? O que podemos fazer? Muita coisa, mas estamos acostumados a esperar pelo outro, que outro faça, a responsabilidade não é minha... até que um filho ou outro parente seja vitimado...

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  2. Duas observações:
    1. O crakc é da família, é da escola, é do amigo e do governo. É nosso! De tal maneira tem se alastrado que não admiraria fosse tombado uma hora dessas como representação da nossa cultura, cultura de zumbis. Estamos numa terra de zumbis, sim. O crakc apenas marca uma parte dos zumbis, a outra parte, ainda não marcada, é a maioria que nada faz, ou porque não quer ou porque (REALMENTE) não sabe o que fazer. Os mortos vivos da nossa cultura, que não usam o crack, são "craques" em omissões. O segundo sustenta o primeiro: é jogo de "crakcques", no sentido mais ridículo possível.

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  3. 2. Uso as palavras da colega acima: "(...)quando fazia parte do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de nossa cidade, que proibiram os cursos profissionalizantes para jovens, e sabemos que "menor de idade" não pode trabalhar". E relaciono às palavras de uma outra, a Lya Luft, descritas no artigo "Crime e castigo", inspirado no livro de Dostoiévski, que leva o mesmo nome: "Ensino, educação e justiça tornaram-se tão ruins, tudo isso agravado pelo delírio das drogas fomentado por traficantes ou por irresponsáveis que as usam como diversão ou alívio momentâneo, que passamos a aceitar tudo como normal: 'É assim mesmo'. Muito crime, pouco castigo, castigo excessivo ou brando demais, leis antiquadas ou insuficientes, e chegamos aonde chegamos." Vejo que as duas se completam em suas palavras. Na verdade falta-nos tudo: acesso a uma educação eficaz, a possibilidade de acesso a cultura e esporte. Somado a isto, uma lei antiquada que não desenvolve o nosso jovem, trata-os como eternas crianças. Todos querem o retorno de algo que não tem sido dado.

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